domingo, 22 de janeiro de 2012

De Jerusalém para Jericó...


           Graça e Paz, queridos e amados irmãos em Cristo Jesus!
         
           Depois de um tempo sem postar aqui no blog, volto hoje para conversarmos sobre uma passagem bíblica que muito tem a nos dizer. Falo de Lucas 10.25-37, onde temos Cristo ensinando boas lições de vida a nós todos através da Parábola do Bom Samaritano.
         Poderíamos ficar horas e mais horas falando desse texto, mas vamos nos concentrar fundamentalmente em alguns personagens da parábola em específico.
         Na maioria das situações em que se comenta a Parábola do Bom Samaritano, as atenções se voltam ora para a atitude do samaritano ora para a atitude do levita e do sacerdote. Mas primeiramente, vamos falar do homem que descia de Jerusalém para Jericó. Chamaremos este apenas de “o homem”, para simplificarmos a exposição.
         É no versículo 30 que a parábola propriamente dita se inicia. Aqui, Jesus introduz dizendo que “Certo homem descia de Jerusalém a Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto.” Algumas vezes, na ânsia de chegarmos logo ao ponto fundamental da parábola, passamos despercebidos por este versículo. Mas, em se tratando de palavras do próprio Cristo, não podemos descartar o que aqui está implícito. Quando o Mestre fala que o homem descia de Jerusalém para Jericó, ele não está apenas enfeitando a narrativa. Ele não precisa disso. Ele poderia simplesmente dizer que um homem ia de uma cidade para a outra, mas Jesus faz questão de usar Jerusalém e Jericó e ainda o verbo descer. Tudo isso porque Jerusalém representava santidade, representava temor a Deus. Era lá que o povo se reunia e adorava ao Senhor. Lá estava o Templo. Enquanto Jericó, marcada pelas trocas comerciais, representava uma entrega às paixões do mundo, aos desejos carnais, ao orgulho, à inveja, à ganancia. Temos então essa relação antagônica entre Jerusalém x Jericó, Igreja x Mundo, Santificação x Corrupção, Céu x Inferno. Daí, podemos entender também o porquê do verbo descer. Descer de um estado de adoração e entrega ao Senhor para um estado de completa entrega ao pecado. Assim sendo, podemos ir mais além e relacionar essa descida do homem com a triste e sofrida situação que ele experimentou. Não quero dizer, logicamente, que todo e qualquer sofrimento na vida de uma pessoa é consequência de pecados dela especificamente. Mas ao mesmo tempo, as Escrituras nos dão toda a certeza e esclarecimento de que TODO pecado terá, mais cedo ou mais tarde, uma consequência. Portanto, incialmente, precisamos estar atentos para não descermos de Jerusalém para Jericó em nossas vidas, pois assim fazendo, certamente passaremos situações muitos piores, espiritualmente falando, do que aquelas que passamos quando estamos junto ao Pai em santidade, humidade, entrega.
         Mais adiante, no versículo 31, Jesus começa sua crítica direta aos próprios religiosos.  Assim também o faz no versículo 32. O sacerdote era alguém que falava de Deus. E falar de Deus é falar de amor. O levita, na mesma via, era alguém que cantava sobre Deus e para Deus. Mas, infelizmente, os dois citados no texto estavam apenas envoltos numa capa de religiosidade que os fazia meros participantes de rituais religiosos. Deixaram de lado a essência de Deus: o amor. Amor a Deus e amor ao próximo.
         Para terminar sua pesada crítica, Jesus surpreende aquele intérprete da Lei (vs. 1), ao qual Ele falava, incluindo na cena um Samaritano. Sim, pode parecer estranho, mas falar de um Samaritano para um judeu era algo que representava muito mais que simplesmente um personagem na história toda, haja vista tamanho o preconceito dos Judeus para com os Samaritanos. Estes eram chamados por aqueles de impuros, pecadores. Não eram tidos como parte do povo de Deus. Mas Cristo não veio para um ou outro povo apenas. Ele veio para salvar todos aqueles eleitos pelo Pai para que fossem feitos Filhos dEle, independente de raça, país, idade etc.   
         Portanto, chegamos, por último, na atitude maravilhosa do Bom Samaritano. Os versículos 33, 34 e 35 revelam a atitude do samaritano. O último de todos aqueles citados do qual se poderia esperar tamanho ato de amor. Ele, humanamente falando, salvou o homem. Fez a ele muito mais do que faríamos muitos de nós, que pregamos a Palavra de Deus, estamos semana após semana nas nossas igrejas e tudo mais.
         Tiramos, assim, dessa passagem duas perspectivas fundamentais para a vida de um filho de Deus. Primeiro: devemos sempre buscar estarmos cada vez mais perto dEle em vez afastarmo-nos e descermos às “nossas Jericós”. Segundo: sendo filhos de Deus, temos o dever, e devemos ter o prazer, de ajudar a todos aqueles que Deus colocar nas nossas vidas.
         Que Deus assim nos abençoe e nos ajude a cada vez mais buscarmos sermos servos melhores. Fiquem na Paz.
Matheus Costa de Azevedo



P.S.: àqueles que gostam, essa música é baseada exatamente na Parábola do Bom Samaritano.

Título: No Caminho de Jericó
"Clamor Pelas Nações"



2 comentários:

  1. Matheus,

    A reflexão da parábola foi cirúrgica.......edificante....continue abençoanda seus leitores...

    Pr. Julio

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  2. Olá,
    Também tive o privilégio de ter o blog "Ensinando a Bíblia com Criatividade DI/IPJ" fazendo parte da lista de blogs presbiterianos da IPB. Que tal aproveitarmos esta oportunidade e fazermos parcerias entre "os blogs presbiterianos"! Estou visitando todos e fazendo esta proposta. Já estou seguindo este blog, visite-me e faça o mesmo.
    Edenícia - Coordenadora do DI da Igreja Presbiteriana de Jacobina-BA

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